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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO – Votorantim completa 61 ano de emancipação politico-administrativo com problemas e desafios de cidade grande

Votorantim completa neste domingo (8) 61 anos de emancipação politico-administrativo com muitos desafios a serem enfrentados para os próximos anos. Desafios estes que vão desde as questões relacionadas à mobilidade urbana, problemas habitacionais socioeconômicos, educação e saúde, tornando temas prioritários ao próximo gestor e seus agentes políticos que tomam posse no próximo dia 1º de janeiro.

De acordo com dados do IBGE e da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, cerca de 44,37% das crianças de 0 a 3 anos em Votorantim se enquadravam nos critérios do Índice de Necessidade por Creches. Desses dados, referente a 2023, 32,56% são filhos de mães economicamente ativas ou que seriam, se houvesse vagas em creches.  Outros 8,97% são filhos de famílias pobres residentes da zona urbana.

Se a falta oferta de vagas em creches na cidade é um problema, a qualidade do ensino oferecido na rede pública não é diferente e requer atenção especial, segundo especialistas. Exemplo são demonstrados através dos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2023, divulgado em agosto deste ano pelo MEC revelaram que o nível de desempenho dos alunos das escolas municipais e estaduais de Votorantim está abaixo da meta estipulada e esperada pelo Ministério da Educação (MEC).

Se por um lado Votorantim tem sido reconhecida como uma das cidades que mais tem recebido condomínios de alto padrão na Região Administrativa de Sorocaba, por outro, há um dado que demonstra um a mesma proporção no que se refere à desigualdade social, uma fez que é a segunda cidade da RMS com maior número de favelas ou comunidades urbanas, totalizando 9 territórios. Ao todo, 3,85% da população vivem nesses espaços, o que representa quase 5 mil pessoas, morando em 1,6 mil residências.

A mobilidade urbana no Brasil ainda é vista como um dos principais gargalos das gestões municipais. Oferecer soluções eficientes de transporte público e melhorar as condições para o transporte individual são grandes desafios, principalmente para os governantes das cidades. E, em Votorantim não é diferente. A falta de mobilidade urbana adequada reflete as desigualdades sociais e espaciais existentes no país. Os bairros mais periféricos e as regiões de menor renda têm acesso limitado a opções de transporte público de qualidade, resultando em exclusão social e dificuldades de acesso a serviços essenciais. Votorantim chega aos seus 61 anos de emancipação político-administrativa de Sorocaba, com gargalos de mobilidade que são alvo de intensas reclamações por parte de moradores. Para se ter ideia, de 100 cidades do País avaliadas no quesito mobilidade, no Ranking Connected Smart Cities 2024, Votorantim aparece na posição 85, ficando atrás de Jandira, Itu, Valinhos, Salto, Barreira (BA), Ibirité (MG) e Embu das Artes.

Para o especialista em políticas públicas José Carlos Macedo, Votorantim já enfrenta problemas de cidade grande e é resultado de uma série de falta de planejamento ao longo prazo que não foi implementada ao longo de suas gestões. “Hoje os governantes pensam no imediatismo, obras a curto prazo que podem vender votos. E não deve ser assim. É preciso planejar as cidades. Votorantim tem ainda o fato de ser conurbada com Sorocaba e isso agrava ainda mais a situação”, destacou.

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