Linha férrea desativada deixa herança de abandono na Zona Leste
Sorocaba já foi considerada um dos berços ferroviários. Por onde olhamos avistamos as fias férreas cruzando a cidade. Um desses trechos é por onde os bondes que levavam os trabalhadores às fábricas do Grupo Votorantim que passavam pela linha que liga a estação Paula Souza ao município de Votorantim, cortando bairros da zona leste de Sorocaba. Há tempos já não passam mais. Os vagões de carga da América Latina Logística (ALL) também não cruzam mais os 13 quilômetros de trilhos. Agora, o cenário é outro: mato alto e acúmulo de lixo que servem de abrigo para moradores de rua, usuários de drogas e criminosos.

Essa é a herança que ficou aos moradores da Vila Assis, Barcelona e Parada do Alto, o de abandono, apesar do programa periódico de limpeza e manutenção da área, que o Grupo Votorantim alega realizar, e da fiscalização prevista pela Prefeitura. Moradores próximos reclamam da demora na realização da manutenção. “É lamentável isso! A roçagem e limpeza do lixo que jogam aqui só acontece quando a situação passa dos limites. Até quando vamos conviver com isso”, relata Jorge Manuel da Silva, de 56 anos, morador da Vila Assis. “Reclamamos para a Prefeitura, que diz notificar a empresa que detém a conceção, mas fica nisso”, reclama Maria Iracema dos Santos, de 64 anos, que mora na mesma região.
Ao longo da linha é possível encontrar de tudo: lixo doméstico, móveis e restos de construção. Apesar da proibição do depósito de lixo e entulho ao longo da linha de trem, reforçada por placas instaladas no local, a prática é comum e facilitada pelo estado de abandono em que se encontra a região.
Há pouco tempo, essa linha férrea chegou a ser usada para o transporte de passageiros na denominada “Locomotiva 58”, em períodos festivos da cidade, mas esses passeios deixaram de acontecer desde 2020. Não há informações sobre a retomada desses passeios. Porém, o que os moradores próximos à linha esperam é que essa situação de abandono e falta de manutenção deixem de acontecer e cobram o poder público.




